Obras

o começo é o fim é o começo, 2009Alumínio2' × 2' × 2'

A escultura é uma representação realista de uma fogueira. É um lugar em torno do qual as pessoas se reúnem e em torno do qual as histórias podem ser contadas. Varas e toras de alumínio fundido são compostas em uma pilha ordenada, do menor ao maior, atingindo cerca de 2 cm de altura. A escultura pretende criar uma conotação primitiva e não adulterada de coleta e forrageamento com uma alusão à construção de fogo./ O fogo tem sido uma parte importante da cultura humana desde o período do Paleolítico Inferior. Os primeiros vestígios conhecidos de fogo controlado foram encontrados em Gesher Benot Ya'aqov, Israel e datados de uma idade de 790,000 anos. O uso do fogo nos tirou da escuridão e marcou os primórdios da civilização humana. Foi nossa primeira tentativa de aproveitar as forças da natureza. Desde o início dos tempos o fogo tem sido o nexo das atividades humanas e da interação humana./ Enquanto a fogueira evoca pensamentos de calor, celebração ou contação de histórias, o fogo também tem conotações mais sombrias e sinistras, provocando sentimentos de destruição, medo./ É a capacidade desse objeto de criar associações múltiplas e, assim, transcender a significação que me interessa. Evitando um sentido singular ou uma lógica fixa, também é possível que a escultura se apresente como abstração formal – um arranjo de paus e madeira como linhas e formas./ Experimentar a escultura é entrar em um paradoxo ontológico. Primeiro pode apresentar-se como uma fogueira apagada. Mas a produção da escultura envolveu queima de fundição dos pedaços de madeira. Trata-se, portanto, de um monumento quebrado construído pelos processos implicados pelo que é representado por seu próprio arranjo formal. Em outras palavras, o fogo será usado para criar essa representação da lenha antes de ser queimada. A forma final, a imagem e a forma da fogueira, reconhece os processos de sua própria formação, mas o deslocamento material nega o potencial do processo sugerido por seu arranjo – o alumínio é um metal que não pode produzir uma faísca. Estou interessado neste espaço de entropia entre contradições. A escultura será tanto um prólogo quanto um epílogo sobre o fogo – com o elemento ativo essencial da luz como fogo como alquimia já tendo passado pela escultura.

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