Douglas Ross
Obras


Visitei o Socrates Sculpture Park no inverno de 1998 e me surpreendi com a presença enunciativa dos Estados Unidos, do Departamento de Parques, das bandeiras municipais e do mastro contrastando com as visões pessoais dos artistas. As bandeiras e o mastro são a declaração de um conjunto múltiplo de espaços sociopolíticos e objetos anômalos em um parque de esculturas, mas não discutimos mais o que significam ou o léxico que os constrói. Eu queria descobrir o que acontece com esses objetos na companhia da escultura.
Vitrine (Arquitetura para Bandeiras) é um recinto acessível em torno das bandeiras e do mastro, convidando as pessoas para mais perto das bandeiras do que poderiam ter vindo de outra forma. A Vitrine é um espaço reflexivo para refletir ou envolver um complexo institucional ao qual se pode pertencer ou ser excluído. Este trabalho é o atrito entre “Long May It Wave” e “Don't get old, don't fade away”.
Vitrine (Arquitetura para Bandeiras) é específico do local e do contexto — uma escultura, uma privatização de territórios públicos que necessariamente paira sobre a propriedade privada, uma exibição para a fisicalidade da (des)liberdade. O que achei atraente não foi apenas a possibilidade de fazer reconhecer algo novo em algo que já existiu, mas mais ainda forçar a pessoa a reinvestir um objeto com uma imagem (sua imagem) que se conhece tão bem quanto seu próprio rosto.