Emílio Cruz

“Porque o teu coração se elevou, e tu disseste: Eu sou um Deus, estou sentado na cadeira de Deus, no meio dos mares; contudo tu és homem, e não Deus, embora ponhas o teu coração como o coração de Deus”. Ezequial Capítulo 28 A inspiração para esta obra escultórica que eu, com muita ajuda, consegui criar durante os meses de verão de 1991 no Socrates Sculpture Park, foi desenhada e concebida pela primeira vez durante os anos de meados da década de 1970 em Chicago. As imagens foram tiradas diretamente da Bíblia, de Ezequial 37 “Ressurreição de ossos secos e a união de duas varas”; “E disse-me: Filho do homem, podem estes ossos viver? E eu respondi: Ó Senhor, tu sabes.” Depois de muitos anos, essas palavras e a imagem que criei com base nesse pensamento e pungente questão moral e religiosa, ainda se agarravam à minha mente, recentemente despertada pelo grande filósofo moral de nossa herança americana do século XX na tradição de seus heróis , Ralph Waldo Emerson e Henry David Thoreau, o grande Lewis Mumford que escreveu “O Mito da Máquina – O Pentágono do Poder”. Este trabalho, muito parecido com o conto bíblico do profeta Ezequiel, trata de questões morais urgentes relativas às mentes dos homens como uma força criativa e destrutiva. Também é importante notar que Lewis Mumford expressou preocupação com a poluição ambiental e moral em seus escritos já em 1922, quando publicou pela primeira vez seu trabalho, Utopias. Dediquei este trabalho à sua memória, porque sinto que sua escrita deve ser lida por um público maior, aceitando a recomendação de minha querida amiga Joselyn Brodie, esposa do falecido pintor Gandi Brodie. A terra é a maior entidade arquitetônica e escultural que a terra já conheceu! Um templo, um lugar de culto, uma tomada violenta de forças criativas, um empreendimento dinâmico em posse de sua própria integridade, que é o próprio ser. O que talvez seja um subproduto do não-ser, caminhando para a urgência da consciência. Nesse estado de tornar-se e em seus momentos de despertar, a moralidade é lançada em seu próprio núcleo, que é a mente se tornando alma, enquanto presa no centro de nosso conhecimento da morte e do esquecimento. Também desejo agradecer a ajuda física e espiritual e a orientação de meus queridos amigos e grande escultor, Mark di Suvero; o pintor e arquiteto Kwan Lau; minha esposa Patrícia; amigo, Michele Fountain; Larry Tucker, Phil, Julius, Stan, Andy, Anthony, Stephanie e Enrico. Todos os indivíduos e funcionários do Sócrates Sculpture Park, que ajudaram a tornar esta cidade um lugar importante para se estar e criar, dando oportunidade a muitos artistas que normalmente não teriam a chance de se experimentar como uma entidade criativa significativa dentro de nossa sociedade e são, portanto, privados de nosso maior presente que vem com a consciência, o conhecimento de nós mesmos.